Viajar com bebês: 15 dicas para férias e experiências especiais

 

Pais de primeira viagem muitas vezes se preocupam ao planejar férias ou mesmo passeios de poucos dias com seus bebês, já que exigem afastamento das rotinas e segurança de casa. Mas com algum planejamento, as viagens com os bebês podem ser uma grande experiência para todos. E sem dúvida é possível que tragam momentos de diversão compartilhada e também muita aprendizagem. Na perspectiva de oferecer experiências, para além de outros legados que procuramos deixar para nossos filhos, você pode considerar que viagens de férias podem ser também um excelente presente para seu bebê!

Como mãe de uma ex-bebê (que esteve com o pé na estrada desde muito pequena e é hoje grande viajante) e alicerçada pelo gosto por viagens, pela formação como psicóloga, psicanalista e pelas experiências como coordenadora do projeto Sinfonia de Bebês, compartilho alguns aspectos que foram me parecendo importantes na organização de férias com os pitocos:

  1. Pergunte-se qual seu objetivo para o projeto: descanso, aventura, conhecer novos lugares, compartilhar com seu bebê o seu gosto por viagens? Sua motivação, ou motivações, podem ajudar no planejamento e escolha do destino, forma de hospedagem e deslocamento, tempo de permanência, etc.

  2. Considere sua familiaridade com o local a visitar e se isso é importante para você na organização das viagens iniciais com seu bebê. Locais conhecidos podem facilitar alguns aspectos importantes do planejamento, já que você sabe um pouco sobre as características do destino e possíveis necessidades que podem surgir no mesmo e como resolver alguns dos imprevistos que muito provavelmente vão acontecer. Por outro lado, talvez você prefira aventurar-se em locais que nunca visitou e a familiaridade não seja tão relevante, o que certamente não impedirá um bom planejamento e uma experiência proveitosa para todos. O importante é considerar que, de qualquer forma, quanto mais à vontade você estiver na experiência, mais estará pronta para auxiliar seu bebê a aproveitar a mesma também. 

  3. Considere a distância de casa, tempo de deslocamento e o meio de transporte mais adequado para chegar ao destino: viajar de carro proporciona a facilidade de fazer paradas conforme a conveniência, enquanto ônibus, aviões e trens exigem ajustes aos horários estabelecidos. Por outro lado, vôos podem encurtar tempos de deslocamento. Em viagens a longas distâncias, eu pessoalmente optei sempre, especialmente com uma bebê, por voar até o destino inicial e, se possível, alugar um carro para deslocamentos menores pela região. Os custos, para uma família de 3 ou 4 pessoas, são muitas vezes menos salgados do que trem ou ônibus e você pode fazer paradas conforme a conveniência e necessidade do bebê. Da mesma forma, hotéis proporcionam desocupar-se em relação a algumas rotinas domésticas, enquanto apartamentos, ou casa alugadas, oferecem recursos como cozinha e máquina de lavar roupas, que podem ser úteis na organização da família.

  4. Considere o contexto do destino: tipo de alimentação, época do ano (temperatura, quantidade de chuva, horários de nascer e por do sol – ou seja, quantidade de “dia” disponível), forma de deslocamento na cidade ou região e o quanto você e seu bebê se sentirão à vontade na execução dos planos e passeios programados. De praia à neve, experiências no campo ou em grandes metrópoles, tudo pode ser interessante desde que você tenha alguma noção do tipo de viagem proporcionada pelo destino e o quanto seu bebê poderá usufruir das possibilidades ofertadas. E você também! 

  5. A parceria para a viagem também pode ser fundamental. Família ampliada, como tios e avós, disposta a experimentar com vocês as primeiras viagens (e muitas vezes auxiliar nos processos envolvidos), amigos com bebês ou crianças pequenas em situações semelhantes e flexibilidade para ajustar planos às necessidades dos pequenos podem fazer as férias especiais.

  6. Avalie o que pode ser importante levar, considerando as necessidades do bebê, sabendo que também alguns improvisos certamente farão parte. Carrinhos adequados, por exemplo, de fácil manejo, pouco peso e dobráveis, ajudam no deslocamento nos destinos. Comidas prontas podem ser uma alternativa segura, embora a inclusão de sabores – desde que de fontes confiáveis – também represente uma experiência interessante. Fraldas estarão presentes em qualquer destino mas acredite, em alguns lugares você pode não encontrar aquela de que mais gosta ou que não dá alergias em seu bebê, então considere levar ao menos um pequeno estoque, assim como materiais de higiene a que estão acostumados. Lembre-se também, no caso de viagens aéreas, de que grandes aeroportos demandam percursos internos grandes nos trâmites para a viagem, e considere se vocês farão esse deslocamento contando com carrinhos, “cangurus”, etc. Viagens com visitas a grandes parques e outros locais que exijam caminhadas maiores certamente podem se tornar mais fáceis com carrinhos práticos.

  7. Veja a documentação necessária e vacinas que possam ser exigidas e não se esqueça de ter à mão contatos como o do pediatra, para casos de dúvidas ou mesmo consultas online. Bebês que viajam sem um dos pais para o exterior devem ter também esta autorização expressa no passaporte ou autorização conforme as determinações legais.

  8. Leve remédios que seu bebê costuma usar e, em viagens internacionais, considere, com o pediatra, também levar medicamentos que possam exigir receitas se necessárias no local de destino e que vale a pena “ter à mão” em caso de imprevistos. Em determinados países, é importante lembrar, a aquisição de um analgésico de fácil obtenção no Brasil pode acabar virando um grande problema. Mesmo um antibiótico indicado pelo pediatra para uma situação de emergência e que você muito provavelmente não vai precisar, pode ser interessante ter na mala e uma segurança caso você enfrente algum adoecimento do bebê longe de casa. Também não se esqueça de protetor solar e outros produtos que possam ser necessários conforme seu destino!

  9. Leve objetos ao qual o bebê tem apego e que podem auxiliar na sensação de previsibilidade que provavelmente é cara a este, mas inclua também brinquedos ou materiais novos, que distraem e provocam a curiosidade e podem ser, por exemplo, grandes aliados em vôos de muitas horas.

  10. Considere que por mais planejamento que sua viagem tenha envolvido, a rotina trará novidades e o bebê pode reagir a elas de forma atípica. Nada a preocupar-se se as reações não evidenciam um sofrimento maior... alivie desconfortos com os recursos que costumam ser eficientes com seu bebê e, se necessário, considere cancelar planos por um turno ou dois e permitir a todos uma folga salutar se o cronograma dos passeios parecer desgastante ao ser de fato executado. E não se surpreenda se o ponto alto do seu programa estiver muito distante daquele tido pelo seu bebê como o momento ideal! 
    Basílica de San Pietro in Vincoli, Roma

  11. Lembre-se que ainda que as férias sejam de todos, o bebê deve ser a prioridade e suas necessidades consideradas no planejamento. Momentos de parar, descansar e a possibilidade de adaptações, assim como a diversão e o relaxamento, devem estar previstos no cotidiano de viagem. Portanto, aquelas férias com o objetivo de “fazer 3 países em 7 dias” podem não ser a melhor opção quando se tem um bebê no grupo.  Prepare-se para a possibilidade de fazer concessões ao planejamento e evite muitos compromissos pré-agendados, que certamente causarão desgaste e frustração se não cumpridos. Também inclua no orçamento uma “folguinha” em caso de gastos imprevistos, que podem ser necessários para o conforto de todos.

  12. Muitos destinos oferecem atividades específicas para bebês e crianças pequenas, pesquise e não deixe de incluir se esse for o caso. De qualquer forma, passeios aos parques e praças sempre podem ser incluídos e costumam ser apreciados pelos pequenos!

  13. Converse com seu bebê, independentemente de sua idade, e explique o que vai acontecer. Ainda que para nossos antepassados a ideia deste diálogo pudesse parecer quase delirante, hoje sabemos o quanto os bebês são sensíveis à interlocução com aqueles que lhe são caros. Entendem, mesmo para além do conteúdo, o tom de voz e a seriedade com que estão sendo considerados no projeto. Não é preciso lembrar que você também está se ouvindo ao entabular esta conversa, de modo que ela é importante para todos. Explique que não farão algumas coisas que costumam fazer por alguns dias, farão outras diferentes, vão voar de avião (ou andar de carro, ou o que for), conhecer novos lugares, se divertir juntos. E que voltarão para casa após alguns dias. Acredite, funciona...

  14. Os imprevistos podem trazer dificuldades, mas também diversão e todos poderão aprender com eles, inclusive oportunizando ao bebê a experiência de saber que, nestes casos, pode contar com os pais e sua possibilidade de adaptarem-se e resolver as questões que surgem e que fogem do planejado. Flexibilidade também é uma experiência importante e a ser aprendida por todos...

  15. Por fim... lembre-se que pais felizes contribuem para um bebê feliz! Ainda que as rotinas e muitos dos confortos de casa possam não estar disponíveis no destino, você estará compartilhando com seu bebê uma experiência que poderá ficar guardada e mesmo estreitar os laços entre vocês!

Maison et Jardins de Claude Monet, Giverny, França

      Divirtam-se e boa viagem!                                     

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