Terra dos Cânions: Itaimbezinho, Fortaleza e outros passeios na região
Terra dos Cânions: Itaimbezinho e outros passeios
O Itaimbezinho é, provavelmente, o cânion mais conhecido, mas há vários outros que podem ser visitados, alguns em parques a que se pode chegar por estradas pavimentadas e outros de bem mais difícil acesso, só possíveis de alcançar através de trilhas, cavalgadas, ou com a utilização de veículos especiais. Duas das cidades a escolher como base, para estas aventuras, são Praia Grande (SC), na parte inferior dos cânions e Cambará do Sul (RS), na parte superior, na serra gaúcha.
Cidades possíveis como base para conhecer a região
Ainda que minhas viagens estejam separadas por 3 anos, de modo geral, em relação aos locais visitados e revisitados, não pude perceber muitas diferenças em termos de acesso, condições das estradas ou infraestrutura turística. Da mesma forma, creio que as observações sobre as duas cidades seguem razoavelmente atuais. Em Praia Grande ficamos 6 noites e, em Cambará do Sul, 5. Entre outras observações, cabe a de que tanto Praia Grande como Cambará do Sul contam com inúmeras agências turísticas, que fazem os passeios para os cânions e oferecem também trilhas, cavalgadas, balonismo (um dos pontos altos do turismo local), entre outras aventuras. De forma que é possível estar na região sem carro, embora, é claro, você certamente vai ter que desembolsar bem mais se necessitar dos deslocamentos realizados pelas próprias empresas, inclusos nos passeios. E esta é outra observação, em ambas as cidades as possibilidades oferecidas pelas agências são um tanto "salgadas", embora seja possível realizar muitos passeios por conta própria e com guias locais. O que sem dúvida, nós priorizamos sempre que possível.
Praia Grande (SC) é uma cidade a cerca de 220 quilômetros de Porto Alegre, de onde partimos, e que se alcança por estradas de boa qualidade. De Florianópolis a distância é um pouco maior, aproximadamente 280 quilômetros. Diferente do que o nome sugere, Praia Grande não fica no litoral e é uma pequena cidade, de pouco mais de 7 mil habitantes. Há algumas atrações turísticas na área urbana mas, sem dúvida, as principais exigem deslocamento de carro ou outro meio de transporte. Uma das vantagens de estar hospedado em Praia Grande é que, sendo a parte baixa da região, está próxima de algumas das trilhas que se faz por dentro ou margem de rios. Portanto, se este é um dos seus objetivos, vale considerar. Por outro lado, para chegar ao Parque Nacional de Aparados da Serra e visitar o Itaimbezinho, será necessário utilizar a estrada que sobe a Serra do Faxinal, que embora em parte já esteja asfaltada em alguns trechos, segue em péssimas condições.
Subir e descer, atravessando a divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no caminho, é uma aventura incômoda e a fonte de sustento da ampla rede de borracharias locais. Nós inclusive fizemos uso delas, é quase impossível não furar um pneu na circulação por esta estrada. Além de ser uma vergonha para ambos os estados. Que uma região de tal beleza e potencial turístico siga com circulação tão precária não é um bom marketing para diferentes e sucessivos governos dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Cambará do Sul (RS) está localizada a pouco menos de 200 quilômetros de Porto Alegre, sendo possível alcançá-la tanto pela estrada que segue próxima ao litoral como pela serra gaúcha, via São Francisco de Paula. Este último é meu caminho preferido e também uma opção interessante para quem quiser incluir a região em uma "esticada" a partir de Gramado e Canela (não estão no caminho partindo da capital gaúcha, mas não ficam muito distantes) ou mesmo São Francisco de Paula. Destas cidades, se chega a Cambará do Sul em aproximadamente duas horas de viagem, com percurso de cerca de 120 quilômetros. De Porto Alegre até São Francisco de Paula as estradas são boas. Depois, nos 70 quilômetros restantes até Cambará do Sul, embora com asfalto de qualidade razoável, a sinalização se mostra precária e, na maior parte do trecho, não há acostamento. Entretanto, apesar das condições, a viagem é tranquila e a paisagem serrana muito bonita, com abundância de araucárias, típicas do sul do país e grandes extensões de campo.
Estando localizada na serra, a temperatura em Cambará do Sul tende a ser bem mais amena (ou fria, mesmo) do que em Praia Grande. Com "sorte", não é impossível encontrar neve, no inverno. Cambará do Sul tem aproximadamente 6300 habitante e oferta semelhante a Praia Grande em termos de infraestrutura turística (hotéis, restaurantes, agências de turismo). Para quem quer conhecer o clima e paisagens serranas do sul do Brasil, uma ótima opção. Também a proximidade com os principais parques onde estão os cânions é maior, embora as estradas, especialmente a para o Itaimbezinho, sigam horrorosamente precárias e uma pauta constante nas reivindicações locais. Praticamente sem exceção, todos os moradores com quem conversei se queixaram do abandono governamental em relação a região.
Em Cambará do Sul, uma ótima opção, antes de escolher e agendar passeios, é dar uma passada na Casa do Turista, que descreverei mais adiante.
Qualquer que seja a sua escolha em termos de cidade a utilizar como base, portanto, você encontrará uma oferta incrível de locais turísticos e atividades de lazer, além de paisagens deslumbrantes. Mas, também, dificuldade de transitar em algumas das estradas, inclusive de acesso a atrações na lista das prioridades de qualquer turista na região. Também em ambas cidades encontramos ampla variedade de hotéis e pousadas, assim como restaurantes, com opções para todos os bolsos. Em Praia Grande e Cambará do Sul, neste sentido, nossa experiência foi muito satisfatória.
Quanto tempo permanecer na região
Evidentemente, ficar em Praia Grande ou Cambará do Sul e quanto tempo permanecer na Terra dos Cânions, são decisões que dependerão de vários aspectos. A região não oferece, por exemplo, muitas opções para pessoas com mobilidade reduzida e, a meu ver, a estrutura nos locais a visitar, neste sentido, é muito precária, inclusive nos principais parques. Já para aqueles que gostam de trilhas, cavalgadas, caminhadas, passeios de veículos 4x4, balonismo, entre outros, a região é o paraíso e uma semana não é suficiente para fazer tudo.
Para um sujeito médio, com disposição para algumas caminhadas, 4 ou 5 dias pode ser um tempo bem interessante, me parece, com acréscimos ou diminuições conforme as ofertas da época do ano. É preciso lembrar que, estando no Sul do país, a região tem invernos rigorosos e, em Cambará do Sul, não são raras temperaturas bem baixas, além de dias curtos no inverno e longos no verão, o que também influencia a quantidade de atividades que se pode realizar por dia em cada época do ano. Tanto nas proximidades de Cambará do Sul como nas de Praia Grande, há diversas e lindas cachoeiras e, no verão, incluir um tempo para banho em algumas destas foi uma experiência deliciosa e que super recomendo. Nossas visitas recentes à região foram no verão, portanto, os roteiros foram elaborados considerando esta época do ano e a possibilidade de usufruir de dias longos e calor.
Roteiro a partir de Praia Grande
Dia 1 - Ecoparque dos Canyons (disponíveis skybike, balanço infinito, tirolesa, quadriciclo, entre outras atividades) pela manhã e, a tarde, cavalgada pela parte "baixa" da região dos cânions
Dia 2 - Itaimbezinho (Parque Nacional de Aparados da Serra) e visita a Casa do Vô Marçal e da Artesanato da Vó Maria. Final do dia na Cachoeira da Vista Alegre.
Dia 3 - Morro dos Cabritos (mirante)
Dia 4 - Cânion dos Índios Coroados (vista de cima) pela manhã e cavalgada à tarde
Dia 5 - Trilha do Malacara
Não fizemos a Trilha do Rio do Boi, mas ela ocuparia mais um dia, para quem fizer esta opção. E muitos turistas vão a Praia Grande especificamente para esta experiência, que é considerada muito interessante.
Roteiro a partir de Cambará do Sul
Permanecendo 5 noites nas proximidades da cidade, fizemos o seguinte roteiro:
Dia 1 - Cânion Fortaleza (Parque Nacional da Serra Geral) e passeio pela cidade, inclusive visita a Casa do Turista
Dia 2 - Itaimbezinho (Parque Nacional de Aparados da Serra) e visita a Casa do Vô Marçal e da Artesanato da Vó Maria
Dia 3 - Cânion Pinheirinho (cavalgada)
Dia 4 - Cascata dos Venâncios e Cachoeira Ouro Verde
Itaimbezinho e Fortaleza: cânions a visitar partindo de Praia Grande ou Cambará do Sul
Os principais cânions, Itaimbezinho (no Parque Nacional de Aparados da Serra) e Fortaleza (no Parque Nacional da Serra Geral), merecem uma visita, sem dúvida, e se pode fazê-las a partir das duas cidades (Fortaleza mais longe de Praia Grande, pois é preciso chegar até Cambará do Sul para tomar a estrada para este parque, enquanto o Itaimbezinho fica entre ambas). O Parque Nacional de Aparados da Serra, no qual se situa o Itaimbezinho, e o Parque Nacional da Serra Geral, onde está o cânion Fortaleza, estão desde 2021 sob concessão da Urbia e o ingresso (em março de 2025 cerca de 100 reais, mais estacionamentos) dá direito a três acessos a estes. Não faz muito sentido, a menos que você tenha como objetivo fazer um trilha mais longa específica (uma das da Fortaleza, por exemplo), provavelmente você não irá a nenhum dos dois parques mais de uma vez, a menos que fique muito tempo na região. Até por que há inúmeros outros passeios interessantes a fazer. A visita ao Itaimbezinho está fechada nas segunda feiras e à Fortaleza nas terças feiras.
Itaimbezinho
Este parque, como mencionado anteriormente, fica no caminho entre Praia Grande e Cambará do Sul, a 25 quilômetros desta última, da qual é mais facilmente acessado (embora a estrada esteja longe de ser razoável).
A estrutura no Parque Nacional de Aparados da Serra, criado em 1959, no qual se visita o cânion Itaimbezinho, é razoável. Após chegar a entrada do parque e, em seguida, ao centro de visitantes (há cafeteria, sanitários e um pequeno museu), há duas trilhas que o visitante pode percorrer: Trilha do Cotovelo e Trilha do Vértice.
A Trilha do Cotovelo exige mais preparo físico do visitante, com um percurso, entre ida e volta, de pouco mais de 6 quilômetros. Os cânions são visíveis apenas no final do caminho, de modo que alguns optam por fazer esta trilha com o uso de bicicletas, que se pode alugar na entrada do parque.
Nós experimentamos e cabe dizer que é uma opção interessante, embora a hora de aluguel "padrão" seja totalmente insuficiente, a meu ver, para a realização do passeio. Foi necessário desembolsar um valor considerável para o pagamento do tempo extra. E não fizemos piquenique ou paradas mais longas... Mas a visão do cânion, bastante abrangente, é linda, nesta trilha e, apesar da extensão, o grau de dificuldade é considerado leve.
Já a Trilha do Vértice tem aproximadamente 1,5 quilômetros entre ida e volta e é bem acessível, inclusive para pessoas com mobilidade reduzida. Há vistas deslumbrantes já no início, com visões dos paredões do cânion e das cachoeiras Véu de Noiva e das Andorinhas.
Mais ou menos na metade do percurso da Trilha do Vértice, há uma opção interessante, que é buscada por muitos turistas. É possível deixar o parque (e apesar das placas insinuando o contrário, o passeio é bastante seguro!) e visitar a Casa do Vô Marçal e Artesanato da Vó Maria.
Nós estivemos no local nas duas vezes em que visitamos o parque mais recentemente, e pudemos saborear um delicioso pastel de pinhão (com variações como a inclusão de bacon) com um suco de uva branca da região. Um alento depois de um dia de muitas caminhadas e aventuras.
Na última visita, já mais ao final de um dia de grande afluxo turístico (era feriado de Carnaval), encontramos mesas no quintal e fomos recebidos já com uma aguinha para as crianças, visivelmente cansadas pelos passeios do dia. Em seguida, começamos a conversar com uma das proprietárias, dona Edira, que nos contou da luta que sua família, assim como de outras que fazem parte dos "Povos dos Peraus", tem travado para permanecer no local, apesar das inúmeras pressões da concessionária do parque. Dona Edira me explicou que a luta destes não é por propriedade, mas por território, o que me pareceu bastante pertinente, já que se reconhecem como povo tradicional da região. Querem permanecer nesta, que a família habita e preserva há muitas gerações, e garantir direito a moradia e a receber turistas, sem que estes tenham que passar pelo parque para acessar o local e arcar com o custo alto do ingresso. Comenta o quanto é injusto que apenas uma empresa que sequer é da região possa obter retorno financeiro do turismo no local, enquanto os próprios moradores ficam prejudicados e impossibilitados de atender os turistas, como a família fazia a gerações. Segundo ela, é essencial que possam receber os visitantes como já seu pai fazia, desde os tempos anteriores a concessão e quando ainda se podia acampar no parque. Dona Edira me autorizou a compartilhar sua história e anseio de justiça, bem como a vontade de ofertar ao turista o que a região tem de autêntico... e nós saímos do local torcendo mesmo para que isso aconteça... além de satisfeitos com o lanche delicioso!
Fortaleza
No Parque Nacional da Serra Geral, a 16 quilômetros de Cambará do Sul, o turista pode visitar o Cânion Fortaleza e suas três trilhas, a Trilha do Mirante, a Trilha da Pedra do Segredo (com a Cachoeira do Tigre Preto) e a Trilha da Borda Sul. Até lá, a partir de Cambará do Sul, a estrada é boa. Após a entrada no parque, é necessário seguir de carro um caminho até o centro de visitantes e estacionamento principal, no qual se encontra alguma estrutura. Deste ponto, se parte para a Trilha do Mirante, com seus 3,8 quilômetros entre ida e volta.
É considerada de leve a moderada, achamos tranquila. A vista é linda, é possível fazer paradas pelo caminho e encontrar nestas diferentes paisagens. A trilha chega na parte mais alta do cânion e, em dias limpos, é possível ver até mesmo o litoral, à distância.
Já para as demais trilhas, o visitante deve estacionar no meio do caminho entre a entrada do parque e o centro de visitantes. A única estrutura disponível é um conjunto de sanitários, próximo a um pequeno estacionamento. Não achamos trilhas fáceis. Para a Trilha da Pedra do Segredo, com seus 3,5 quilômetros entre ida e volta, é necessário atravessar o Rio do Tigre Preto e, cabe dizer, não parece haver socorro disponível fácil em caso de acidentes. Nós não ficamos com vontade de cruzar o rio e ir até o final da trilha... de modo que paramos por ali e aproveitamos para colocar os pés na água e descansar!
A Trilha da Borda Sul tem 11 quilômetros, entre ida e volta. É considerada de dificuldade moderada, mas confesso que nem cogitamos...
Trilha do Rio do Boi
Para os mais aventureiros, além dos dois parques, a empresa concessionária oferece ainda a Trilha do Rio do Boi, considerada de dificuldade alta e atravessando terreno irregular e rios. Tem 14 quilômetros entre ida e volta. Parte da porção baixa dos cânions, portanto, mais acessível a partir de Praia Grande, como mencionei anteriormente, um dos principais passeios a partir desta cidade.
Passeios a partir de Praia Grande
Além dos cânions principais, que merecem a visita indiferente da cidade em que você pernoitar, há outros, bem como diversas atividades, que se tornam mais pertinentes aos visitantes de Praia Grande ou Cambará do Sul, tendo em vista a proximidade com cada uma delas.
Como visitamos Praia Grande no final da pandemia, optamos, na época, por atividades que não fossem realizadas em grupos e sempre priorizando aquelas que pudéssemos fazer por conta ou com guias da própria região. A Daniela Schimidt (whatsapp +55 48 9173-9030) foi uma das condutoras locais com a qual contamos, super recomendo. Ela faz as trilhas do Malacara e do Rio do Boi.
Alguns dos passeios que fizemos, portanto, foram escolhidos tendo em vista o período de verão e calor.
Trilha das Piscinas do Cânion Malacara
Este foi um passeio que fizemos com a Daniela como guia. Aliás, nesta trilha, o acompanhamento destes é obrigatório. São 4 quilômetros entre ida e volta e a dificuldade é considerada moderada. O percurso é praticamente todo por dentro do rio, portanto, um desafio para os joelhos e para os calçados, que devem ser adequados à aventura (usei botas de trilha mesmo, de boa qualidade). Vimos a inusitada cena de um visitante voltando com as solas de tênis amarradas, pelo descolamento devido à umidade durante a caminhada. Ao final da trilha, foi possível tomar um banho de cachoeira delicioso. Uma excelente proposta para o verão, mas não imagino um passeio agradável em épocas de frio! A sensação de imersão na natureza e a visão do cânion, porém, compensa muitos desconfortos. Muito bonito o local.
Cavalgadas
Foram provavelmente nossa principal diversão quando hospedadas em Praia Grande. As duas que fizemos tiveram duração de aproximadamente 2 horas cada e, em uma delas, foi possível avistar o entardecer nos cânions. Passeamos próximo ao Rio do Boi e às encostas do Itaimbezinho. Excelente experiência. Nosso condutor foi o guia Juliano, da Encantos do Sul (whatsapp +55 48 9103-2385). Pelo que me disse, alguns dos passeios foram reformulados desde nossa visita, mas a agência segue oferecendo cavalgadas, entre outras opções de atividades na região.
Tirolesa
No Ecoparque dos Canyons, experimentamos a tirolesa, acessível após uma pequena caminhada. O local conta também com outras atividades. Uma boa opção, especialmente com crianças.
Morro dos Cabritos (mirante)
Acessível após uma trilha curta e razoavelmente fácil (em torno de 1,5 quilômetros entre ida e volta), a partir da subida da Serra do Faxinal, na beira da qual se deixa o carro. Em dias claros, a vista é muito bonita. Nós vimos apenas neblina, que naquele dia baixou subitamente! Mas valeu a caminhada...
Cânion dos Índios Coroados
Um dos lugares mais bonitos que visitamos nesta viagem e, provavelmente, a que fui na vida. É de uma imponência indescritível. O acesso não é muito simples. A partir de Praia Grande, do qual fica a aproximadamente 15 quilômetros, é preciso subir a Serra do Faxinal de carro, até a divisa entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Uma antiga construção que já foi um posto de fiscalização sanitária é o ponto de indicação e se pode deixar o carro próximo da estrada. É possível avistar cachoeiras, montanhas e muito verde. Há operadoras que incluem o passeios entre suas opções.
Cachoeiras
A região conta com várias cachoeiras, com diferentes graus de dificuldade de acesso e opções de utilização. Nós visitamos a Cachoeira da Vista Alegre, distante 13 quilômetros da cidade. Proporcionou momentos de descanso muito agradáveis, depois de um dia cheio de caminhadas.
Além destas atividades que realizamos, a região oferece diversas outras opções, como balonismo (ponto alto do turismo local e, cabe dizer, com valores não muito acessíveis), rapel, passeios em 4x4, trilhas diversas, entre outros.
Passeios a partir de Cambará do Sul
De Cambará do Sul, o acesso aos parques nos quais se pode visitar o Itaimbezinho e a Fortaleza é mais fácil do que de Praia Grande. Além destes, há ampla diversidade de opções turísticas. Na própria cidade, como anteriormente mencionado, interessante fazer, na chegada, uma visita à Casa do Turista. Fomos super bem recebidas lá pela funcionária Daiane e obtivemos todas as informações para montar nosso roteiro, considerando o clima veranil e nosso interesse em priorizar passeios que pudéssemos fazer sozinhas, ou com operadores locais. Também recebemos materiais informativos e um guia completo da região, enviado em pdf, cujas informações compartilho aqui. Vale muito a pena dar uma chegada no local, pois ao pensar na região, a gente tende a lembrar especificamente dos cânions, especialmente do Itaimbezinho e, a partir deste material e da visita, fica evidente quanta coisa interessante a região oferece, além destes. E se pode melhor montar o cronograma turístico considerando interesses, época do ano e preparo físico dos viajantes (necessário para várias trilhas e outras aventuras). Também é possível obter, na Casa do Turista, indicações sobre hospedagem e gastronomia na região.
Nós, tendo ido no verão e em época em que as altas temperaturas beiraram os recordes da região neste quesito, além dos parques, fizemos os seguintes passeios:
Cavalgada na borda do Cânion Pinheirinho
Durou em torno de 3 horas, entre ida e volta, e boa parte do percurso foi feita em estrada de terra, não no campo, o que torna a aventura uma dura empreitada. Além disso, o percurso até a pousada Costão do Cambará, até a qual fomos instruídas a ir para assinar os termos necessários ao passeio, não é um trajeto nada convidativo, de carro. Então, a opção de incluir o translado, se você está em Cambará, pode ser convidativa. A vista, entretanto, nas bordas do Cânion Pinheirinho, localizado nas margens do Parque Nacional da Serra Geral, vale a pena, sendo possível inclusive ver diversas cidades próximas e, no horizonte, o mar.
Cascata dos Venâncios
Distante pouco mais de 20 quilômetros de Cambará do Sul, no município de Jaquirana, tem alguma estrutura e, na entrada da propriedade, mais uma amostra do pastel de pinhão, típico da região, bem como outros lanches. O local conta com algumas quedas d'água e a experiência de banho foi deliciosa.
Eu tive a sorte de encontrar, confortavelmente instalada em uma cadeira de praia sobre o lajeado, dona Cleonice, proprietária, levando os netos para aproveitarem o dia de verão na cascata. Ela me contou diversas histórias do local, no qual a família do marido mora há um século... Entre suas explicações, comentou sobre o nome da cascata que, segundo ela, teve origem em um acidente, há muitas décadas, em que um antigo morador caiu de uma pedra, que ela me mostrou, falecendo no local. Conta dona Cleonice que a localidade era um passo de tropeiros, que muitas vezes esperavam a travessia por dias, até o Rio Camisa baixar (assim chamado pois nele os tropeiros lavavam suas roupas, eventualmente as perdendo no processo, quando o rio estava cheio). A família de dona Cleonice acabou resolvendo abrir a propriedade ao turismo há cerca de 20 anos, oferecendo alguma estrutura para isto e cobrando um valor para acesso. Uma simpatia a proprietária, foi uma conversa muito gostosa e o pastel de pinhão, antes de encerrar o passeio, contribuiu para complementar as ótimas lembranças deste dia.
Cachoeira Ouro Verde
Encerramos nossa visita à região com um banho na Cachoeira Ouro Verde, um local muito gostoso e tranquilo. Além do banho, se pode também visitar os mirantes, acessíveis por uma curta trilha no meio da mata.
Há, além dos locais que visitamos, outros passeios que se pode fazer, a partir de Cambará do Sul, muitos deles operados por agências turísticas, com opções como trilhas, cavalgadas, quadriciclo e UTV, balonismo, bote, tour astronômico, entre outros. No verão, as demais cachoeiras da região, como a do Tio França e o Lajeado das Margaridas, são também opções interessantes para banho e relaxamento e, em épocas de clima mais frio, não deixam de oferecer belas vistas da região. Enfim, uma linda região a visitar. E que, espero, seja contemplada com justiça e restauração da exploração do turismo aos locais, assim como melhores condições de acesso. A Terra dos Cânions é maravilhosa e, sem dúvida, uma ótima pedida incluí-la entre os locais a visitar no sul do Brasil.
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